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Arquitetos: Vipe Arquitetura
- Área: 496 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Joana França
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Fabricantes: Breton, Cortemetal da Amazônia Indústria de Metal, Eliane Revestimentos, Ornare, Vidrorios
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em um lote sem particularidades ou condições acentuadas, com rasa vegetação preexistente, localizado em um condomínio residencial de Manaus, o projeto dedicou maior parte do tempo em se adequar as condições climáticas da região, como grande força que define o volume projetual final. A casa concebida em concreto armado com lajes protendidas planas, distribui ao longo do terreno, dois pavilhões longilíneos, nos dois eixos perpendiculares do lote, a fim de um melhor aproveitamento espacial e possibilitando a projeção de um centro para uso social e que orienta as vistas da casa para seu interior, atribuindo a esse espaço vazio, não edificado, um valor hierárquico.
O programa de necessidades é dividido nos dois eixos com as atividades de serviço e sociais no térreo, a partir de um volume que define a ocupação espacial do projeto. No pavimento superior, o volume é ocupado pelos usos íntimos, os quartos, com suas aberturas voltadas para o nascer do sol. Nas primeiras conversas com a família, o módulo metálico anexado à escada helicoidal não estava previsto, se mostrou como necessidade a existência de uma sala de jogos ao longo do processo de execução da obra, mas que convergiu às intenções iniciais, propiciando uma praça confinada no interior da casa, que é vista de todos os ambientes da casa, menos da área de serviço.
Ao longo da casa, ora como divisória espacial, ora como brise, foi pensado em um elemento que atribuísse um valor particular à residência. Esses elementos vazados, que também nos auxiliaram em questões pragmáticas de privacidade foram desenhados a partir de uma imagem que mimetizava o horizonte arborizado, que sobreposta repetidas vezes, em diferentes ângulos e posições, gerava uma trama de cheios e vazios. O resultado por si só despertava a ideia de luz e sombra regulados a partir de frestas, originando o desenho dessa peça que ganha versatilidade ao longo dos ambientes.
Esses elementos automatizados, programados para que ao longo do dia, na manhã, à tarde e ao anoitecer, conforme a incidência solar se propaga no espaço, compõem cenários a partir do movimento/sobreposição dessas peças. Suas sombras modelam o espaço e contribuem a favor do conforto térmico.